segunda-feira, 18 de março de 2013

Só sei que nada sei...

Boas!

Desde que assumi o leme do Malagô, em dezembro do ano passado, venho me acostumando com ele. Velejar em um veleiro de 23 pés e em um de 40, ou 50, não é muito diferente. É apenas mais difícil por conta da força que se tem que fazer.

Tenho em mente de forma muito clara duas coisas: a primeira é que o Malagô é, hoje, um veleiro escola. A segunda é que ele tem que ficar o mais dócil possível de ser "tocado".

A velejada do dia 02 de março, nesse sentido, foi emblemática. Com ventos entre dez e quinze nós, o barco andou muito bem. Eu dizia o que queria e as coisas iam acontecendo. O segredo? Tripulação. Foi muito bom, mas eu não terei esse item - que é o mais caro a bordo de um veleiro - sempre. Algumas vezes serei apenas eu e eu mesmo, com alguma ajuda da Priscila.

Minha meta é deixar o "velho Mala" dócil como na última velejada, ainda que com menos de seis pessoas a bordo (que foi nossa tripulação na última aula: quatro alunos, o Stark e eu).

Nesse processo confesso que comecei errado. Culpei as catracas antes de olhar melhor para as velas. E nisso quase gastei uma pequena fortuna antes da hora e, talvez, sem necessidade.

A uma porque não olhei direito pra a vela mestra atual e não vi que ela, no vento forte, se deforma além do limite aceitável. Não vi, ainda, que apesar de minha genoa não estar tão gordinha quanto a mestra, a tensão que consigo aplicar na sua adriça é insuficiente.

Acho que esqueci que velas gordas são velas mais pesadas de serem tocadas; são velas que causam maior adernamento e que orçam menos. Antes de trocar as catracas, tenho que resolver o problema das velas. 

A primeira questão que se impõe é: trocar as velas atuais ou reformá-las?




        
Se eu perguntar para o gerente do banco, a resposta com certeza não será nem uma, nem outra, rs. "-Primeiro cubra esse rombo aqui, meu amigo" - ele dirá.

Mas o "velho Mala" é um barco que trabalha. Todo o dinheirinho que arrecadamos com as aulas de vela é revertido para sua conservação e melhorias. Não é justo, então, eu negar algumas regalias ao garotão. Viver é mais do que pagar a marina!

Nisso pedi ajuda para meus amigos da Ronstam/Náutica 30 Nós e graças a nossa parceria e ao "descontão" bem "ão" que o Alex deu, consegui trocar alguns cabos. Tudo começa neles. Não adianta uma vela novinha se a tensão que nela se aplica é perdida ao longo de um cabo que estica.

Começando pela adriça da genoa, o sistema novo é composto por:

1. 15 metros de cabo de dyneema (similar à marca registrada Spectra), com capa de proteção;


2. A adriça vem do tope da genoa, passa pela polia do enrolador Alado  e morre em um moitão violino, da marca australiana Ronstam, com saída e mordedor.


3. O violino, por sua vez, foi alimentado com cabo 6mm de dyneema puro (sem a capa de proteção).


Com isso tenho uma redução 4 x 1, que para um enrolador Alado e para uma vela cortada em painéis é mais do que suficiente (fosse o corte tri-radial e eu penso que seria necessário um pouco mais de redução).  

Mas o Malagô é um veleiro escola, não é?!

Pois então ele ganhou duas escotas novas para genoa, da marca Polaris, uma na cor verde (que será armada a boreste) e outra na cor encarnada (armada a bombordo).

Vou ao barco apenas no próximo final de semana, justamente para instalar essa nova traquitana e trazer as velas mestras (cujo destino ainda é incerto e duvidoso), mas falarei sobre isso em um próximo "post".

E vamos no pano mesmo!

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