sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Malagô na Revista Boat Shopping

Boas!

O Malagô ficou ainda mais bonito e, exibido que ele é, posou para uma das maiores revistas náuticas do país, a Boat Shopping. Quer conferir? É só clicar AQUI. Curta toda a revista e encontre o Malagô na página 186.



E vamos no pano mesmo!

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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Travessia Guarujá - Ilhabela - Guarujá

Boas!

No último final de semana conseguimos finalmente realizar nossa travessia de instrução, com destino à Ilhabela e que estava prevista inicialmente para os dias 28/29 de setembro. Naquela época as condições de clima não eram nada favoráveis e na sequência a tripulção teve compromissos diversos. Veleiros e agendas costumam não combinar muito...

Saímos da Boreal às 04h32 do dia 19/10 com destino ao Saco da Capela/Base Mirela. Ainda era noite e a lua cheia iluminava a baía de Santos. Desde os tempos da canoagem oceânica eu não via a baiazinha assim, pintada de prata. Ando nostálgico com isso, mas era uma época em que - como agora - eu era feliz e sabia disso... 

Paulo e Juca.

Na tripulação os alunos Paulo (Brasília/DF), Celso (Santos/SP), Julio (São Paulo/SP), Cassio (Guarujá/SP) e Flávia  ( Santos/SP ,que dessa vez nem falou tanto do Felipe - mas, claro, falou um bocado ainda assim).


Celso e Paulo.

Na altura da Ponta Grossa os primeiros raios de sol trocaram de lugar com a lua. Subi a vela mestra (sem enroscos dessa vez, ou algo muito próximo disso, rs). Depois da Ilha da Moela entrou em terralzinho e aproveitamos para velejar, o que foi mais ou menos possível até  a Península (no final da praia da Enseada), quando novamente fomos apenas no motor. Já em Pernanbuco o vento voltou e fomos com ele até a entrada do canal de Bertioga - porém afastados da costa. O plano original era ir bem afastado desde o começo, numa derrota direta entre a Ilha da Moela e a Ilha de Toque Toque. Mas a velejada rendia melhor quando nos aproximavamos de terra, por isso acabamos fazendo alguns "S".

Julio

No través do canal, a umas quatro milhas da costa, passamos perto demais de uma escuna com pescadores de final de semana e levamos uma bóia com duas sardinhas de isca. Obviamente o dono lembrou muitas vezes de minha mãe e acenou de forma bastante simpática... após estarmos a uma distância segura dos possíveis tiros, desliguei o motor e dei um mergulho para livrar a linha de enroscar no hélice. Missão cumprida, arranjamos um corrico que se mostrou inútil até o Saco da Capela, quarenta e poucas milhas a frente.

Julio e Paulo.

Do canal até o Montão de Trigo (passamos por fora) houve uma grande calmaria. Céu azul e sol forte. Desde a saída fizemos a navegação em quartos de leme: cada um pagava duas horas. No intervalo, conversava-se, falava-se sobre a vida e dormia-se. Fiz o almoço (salada e arroz de carreteiro) bem no través do Montão (baguncei bastante a cozinha do Ivan!). Para comermos tranquilos, desliguei o motor e seguimos apenas no pano, levados pela brisa a três nós. Assim que o almoço terminou o vento foi melhorando e só ligamos o motor novamente bem depois da leje dos moleques. Foi um lindo través desde o Montão de Trigo, que passava muitas vezes dos seis nós, com pico de 7.1.

Flávia e o Montão de Trigo - o sétimo tripulante!

Um pouco antes de cruzarmos o canal soltei a adriça da mestra e, para minha surpresa, ela não desceu (quando solta, ela despenca fácil e rápido). Cocei a cabeça. Pensei na cadeirinha de mastro. Olhei para a tripulação para ver quem era o mais leve... tentei algumas vezes puxar a vela para baixo e depois de muita força - que até machucou meu braço - ela desceu. Havia algo errado, mas já eram 17h30 e eu queria pegar a poita ainda com a luz do sol. Foi o que aconteceu bem próximo das 18h00. Foram 63.4 milhas navegadas em 13h04.

Na proa de Toque Toque.


O log da ida.
´

No Saco da Capela, outro clássico...

Arrumos o barco e fomos jantar na Vila. Após alguma democracia escolhemos o Copacabana, atraídos não apenas pelo visual legal mas também pelo preço no cardápio. Voltamos para o barco e apagamos.


A previsão era sairmos da Ilha às 4h30 novamente. Mas o horário de verão havia iniciado e nosso dia - e o de todos - teve uma hora a menos. Fui bacana e deixei o pessoal dormir até um pouco mais tarde. Soltamos a poita às 06h00, já com o raiar do dia.

Ilhabela.


Ilhabela.

Saimos apenas com a genoa aberta, aproveitando o ventinho de popa. Antes de Toque Toque fui subir a vela mestra e... e... e... pois é. Não subia inteira. E o que subia, não descia. Complicado. Matutei, pensei, tentei de novo. No final optei por desistir. A uma pois o vento estava uma merreca - e assim ficou até a Ilha da Moela. A duas porque se houvesse uma viração aquela vela não desceria de jeito nenhum (não descia nem sem vento, imaginem com a pressão!). Voltamos de genoa e motor... Passamos por fora do Montão e sem muitos "S" dessa vez. Encurtamos o caminho da ida em cerca de três milhas. Almoçamos macarrão e bifes (de novo no través do Montão de Trigo - aquela ilhazinha que não chega nunca). Vimos o sol morrer na água, próximo ao Saco do Major e um pouco depois das 20h00 estavamos em nossa vaga, na Boreal. Sãos, salvos, secos e cheios de histórias e estórias para contar. Nessa perna foram 61,6  milhas (caminho mais curto) e 14h01 de deslocamento (viemos mais lentos).



Cassio.


O log da volta.
E vamos no pano mesmo!




quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Quanto custou fazer o fundo?!

Boas!

Para ajudar quem estiver passando pela mesma situação - inevitável para quem tem barco mantido na água - segue minha planilha de despesas para fazer o fundo do Malagô:

1. Subida - Pier 26 - R$ 400,00
2. Diárias em seco - Pier 26 - 04 x R$ 95,00 - R$  380,00
3. Diária em vaga molhada - Pier 26 - 01 - R$ 95,20
4. Duas latas de Vinyl Bronze (Primer) - Náutica Tintas -  R$ 302,20
5. Quatro latas de tinta envenanda Renner - com desconto/apoio Ecotintas - R$ 1.352,00
6. Diversos (rolos, thinner, trinchas, etc) - Náutica Tintas - R$ 257,80
7. Descida - Pier 26 - R$ 400,00
8. Aluguel - um dia de lavadora de pressão - R$ 75,20

TOTAL: R$ 3.529,70

Devo especial agradecimento a São Pedro, pois não choveui nem um único dia.

Nesse valor incluiria, ainda, o valor do ajudante. Mas por razões já conhecidas, esse item foi surpimido da lista.

E vamos gastando mesmo...

terça-feira, 15 de outubro de 2013

E a cura para tudo é água salgada...

Boas!

Domingo (13/10) estreamos nossa nova casa. Saímos por volta de 10h00 do Pier 26 em direção à baía de Santos. Desde fevereiro de 2010 (quando vendi o Brisa, o Daysailer que deu origem a este blog) eu não velejava por essas águas em um barco meu. Impressionante como a orla mudou... Antes se via mais o porto, atrás da cidade. Hoje o que se tem é uma profusão de "mastros" de concreto com mais de vinte andares. Não sou urbanista, mas esse modelo arquitetônico que cria uma muralha na orla e acaba com a brisa do mar não me parece fazer muito sentido. Não é papo de ecochato: a brisa foi embora da cidade e não foi à toa.

Malagô na baía de Santos... 
... em fotografias de Leguth Edson.
Na tripulação tivemos o Aruã Covo e o Ivan Rodrigues (velhos companheiros), o Caio Ambrosio, da revista Boat Shopping que a convite do Fredy, da Velamar, foi gentilmente fazer uma matéria sobre nossa escola de vela, e os recém conhecidos (no mundo real) Cassio Souza e Flávia Gomes.  Céu azul, temperatura amena e ventos de sul entre cinco e oito nós.


Assim que passamos um pouco o píer do pescador começamos a içar a vela mestra. Quando ela estava quase toda em cima a catraca saiu voando pelos ares. A Priscila sempre temeu que algo assim acontecesse, mas por sorte ela (a catraca) não acertou ninguém.  O único problema foi como subir a mestra?! Simples: com a ajuda valoroza do pessoal fizemos da antiga adriça um amantilho e do amantilho, uma adriça. Em menos de quinze minutos já estávamos com a mestra em cima, a genoa aberta e o motor desligado. Improvisar é a arte maior do velejador. 



Ficamos a tarde inteira dando bordos para lá e para cá, entre Santos, Guarujá e o canto do forte, em Praia Grande, apreciando a linguiça frita do Ivan, que fez um sucesso danado (estranho isso, hein Stark?).


A baía de Santos é um excelente lugar para o curso: pode-se velejar em águas abrigadas ao mesmo tempo que se pode sair da baía e "ir ter" com o mar. Há bastante espaço de manobra e o regime de ondas é menos complicado do que ao largo de Bertioga - incluindo a entrada da barra. Acredito que vamos ficar por aqui um tempo relativamente longo, mas por enquanto essa temporada vai só até março do ano que vem. Depois... quem sabe?!



E vamos no pano mesmo!


sábado, 12 de outubro de 2013

Malagô de casa nova!

Boas!

A semana foi incrivelmente agitada e cheia de surpresas. A Priscila queria que eu tirasse férias para irmos para Paris. Aconteceu mais ou menos isso: eu tirei uma semana de férias no escritório e "pari" um novo fundo para o Malagô.




 

O plano original era subir na marina ao lado do Chinen (outro dia até postei foto da carreta que fizemos). Porém, por questões de maré, eu ficaria um ciclo inteiro da lua cheia sem poder colocar o barco na água. Como já tinha aulas agendadas isso seria virtualmente impossível. Acabei abortando e acertei com o Pier 26. 

A previsão do tempo era a melhor possível: um centro de alta pressão ficaria ao longo de toda a semana sobre a área "charlie": sol e baixa umidade a partir do final da tarde de segunda! 


Eu, a Tamis Haddad e o Marinheiro deixamos o canal de bertioga na segunda, meu primeiro dia de férias, às 7h30 (Pedra do Corvo). Esperava motorar, porém uma formação de nuvens sinistra trouxe um vento SE entre oito e quinze nós. Desligamos o motor e voamos, no pano mesmo, a uma média de cinco nós (e isso porque o fundo o Mala estava imundo!).


Quando estávamos no través da praia da enseada (Guarujá) a chuva chegou com força. O vento, em rajadas de vinte e cinco a trinta nós, também mostrou a que veio. Rizei a vela mestrana primeira forra (foi bem fácil). Mas durou pouco tempo. Logo baixou para quinze nós e assim ficou. Exatamente às 12h30 chegamos no Pier 26: vinte e cinco milhas em cinco horas, sendo apenas meia hora - no máximo - no motor. Que delícia de travessia!

O barco subiu no mesmo dia. Na terça lixei (havia uns cento e cinquenta quilos de vida marinha no casco) e a partir de quarta, já com madeira seca, apliquei duas demãos de vinil bronze e quatro latas (cada lata é uma demão) de tinta envenenada (usei Renner). Na sexta limpei a linha d´água e às 14h00 o barco desceu. O plano era trazê-lo de volta para o canal de bertioga no domingo. Mas...


Antes de entrar no "mas...", quero explicar como um serviço relativamente grande ficou pronto relativamente rápido: eu fiz, eu mesmo, a pior parte: lixar, lixar, lixar. Pintar é fácil: difícil é preparar a superfície. Usei uma orbital, primeiro grão oitenta, depois cento e vinte. É um trabalho terrivelmente chato e cansativo. Se algum profissional o tivesse feito levaria dias - pois eles só trabalham algumas poucas horas por dia. Eu não: comecei às 07h00 e ia até às 17h00. A R$ 95,00 a diária não dava para ficar enrolando. Doca barata é pode ser bom para o bolso, mas no final sai caro porque o tempo vai passando e a coisa nunca termina. A lixagem eu fiz; a pintura meu marinheiro fez (mas essa não mata ninguém). Aproveitei que ele pintava e fui fazr umas audiências (férias!). Antes disso cabe dizer que o calafate verificou as madeiras e o calafeto, tndo feito pequenos mas muito necessários reparos.


Pois bem...

Na sexta, com o barco na água, dispensei meu ajudante na obra, que também era meu marinheiro. Antes dele sair eu comentei: "Caramba, quatro latas de tinta, hein?!" , ao que ele respondeu enfático: "- Quatro latas!".

Ele foi embora e eu fiquei para arrumar as coisas no barco e monitorar a água que ele faz antes das madeiras encharcarem e travarem o casco novamente (nada demais). Resolvi subir a genoa no enrolador enquanto isso e ai percebi que ele havia usado as escotas da genoa para nos amarrar ao pier (que heresia!). Desci e fui pegar os cabos de amarração. Como desde Paraty eles não eram usados, estavam mocozados em um paiol que eu não tenho quase contato. 

Pois é...

Tirei o cabo de força; tirei o primeiro cabo de amarração e o segundo. Foi ai que eu vi uma lata com o símbolo de um cavalinho... "-Putz, mas ele guardou a lata vazia aqui?" - sim, sempre que somos enganados nos tornamos ainda mais trouxas.

Ao puxar a lata a surpresa: cheia. 

A coisa demorou para fazer sentido, mas a medida que ia fazendo, só ficava pior. A uma fui furtado. A duas fui traído por alguém que eu confiava muito e que me ajudava há quase três anos (em períodos intercalados). A três a espessura da venenosa ficou aquém do que eu esperava, compromentendo o trabalho e fazendo escoar pelo ralo o dinheiro que gastei. A quatro estava mais ou menos evidente que ele escondeu a lata ali para depois, lá em nossa marina, poder retirar sem ser incomodado. Minhas orelhas de burro não pararam de crescer.

Doeu na alma. Ainda está doendo. Mas faz parte... Porém eu quero deixar registrado nesse blog que eu prefiro ser uma "passiva louca" a ter marinheiro de novo nessa vida. Raça dos infernos... é o terceiro que me apronta algo sério. Deve haver exceções, mas nessa vida, marinheiro meu sou eu mesmo. 

Nessa voltar com o barco para o Chinen ficou inviável. Eu não consigo sequer pensar em ter que cruzar com esse sujeito todos os dias que for lá. Então, por uns tempos (digo isso porque eu vivo mesmo de lá para cá), a nova casa do Malagô é a Marina Boreal, no CING. Custa os olhos da cara, os dedos também, mas é pertinho de casa e me possibilita dar aulas na baia de Santos - o que é bastante interessante, mas depois falamos disso. 

E quando eu achei que a coisa não fosse ficar pior, me deparei com um pirralho sem noção escrevendo isso aqui para minha filha, ó: "SE (sic!) QUER NAMORAR COMIGO"?

Ai não dá. Para tudo que eu quero descer agora!!!

Grrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr


terça-feira, 8 de outubro de 2013

Estou vivo!

Boas!

O blog está meio abandonado; a caixa de e-mails cheia de pendências. Peço desculpas a vocês, mas tenho trabalhado no fundo do Velho Mala, que está docado desde ontem no Pier 26 - depois de uma mini travessia simplesmente fantástica e cujo único defeito foi ter acabado logo. Claro que farei um post sobre tudo isso, mas por agora fica a foto mais linda que já vi do Malagô, tirada pela nossa valente tripulante Tamis Haddad:



E vamos lixando mesmo!