quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Como instalar a sonda do GPS Garmin sem furar o casco.

Boas!

Nosso Fast 230, o Grandpa, está equipado com um GPS Garmin 441s, aparelho que traz chartplotter (carta naútica) e sonda (ecobatímetro/profundidade). No começo do mês nosso amigo e sócio no barco Cassio Souza instalou a nossa sonda, de forma que agora possuimos dois ecobatímetros: o antigo e o do GPS.

Pouca gente sabe, mas é possível instalar a sonda por dentro do casco, sem precisar fazer nenhum furo. O melhor é que isso é bem fácil e barato e pode ser feito por vc mesmo. Entenda o que o Cassio fez:

1. Escolha um lugar próximo à proa do barco. O ecobatímetro não indica a profundidade do leito marinho à frente, mas sim a profundidade de um eixo cônico a partir de onde ele está instalado. Fazer a instalação na popa, por exemplo, poderá trazer uma indicação de profundidade diferente  do que aquela que há na proa. Em um barco de sete metros de comprimento, como o Grandpa, é perfeitamente possível a popa indicar dois metros de profundidade enquanto sob a proa há apenas um metro. O resultado nesse caso seria encalhe ou colisão na certa! Com a sonda à vante se a coisa começar a ficar complicada pode ser que ainda dê para manobrar e safar a onça. Por isso instale a sonda o mais a vante que for possível. 



No caso do Grandpa o Cassio escolheu o paiol de proa.

2. Uma vez determinado o local, limpe bem a fibra e retire o máximo que for possível de sujeira e gorduras. Com um pouco de estopa use 'solução desengordurante' para essa limpeza, produto vendido em lojas de materiais de construção e tintas.



3. Compre um cano de esgoto largo e alto o suficiente para caber a sonda inteira com uma sobra na altura. È importante comprar a tampa também, pois é dela que sairá o fio para o GPS. Fixe o pedaço de cano com adesivo de base epoxy no casco. Ele deve ficar bem fixo e não pode permitir vazamentos - isso é muito importante!


4. Após passar o fio pela tampa e posicionar a sonda rente ao casco, preencha o interior do cano - com a sonda dentro - com creme rinse (Neutrox!) ou gel para ultrassom. Depois disso tampe o cano e cole a tampa, para evitar que o líquido interno vaze.  A função desse líquido é evitar a presença de ar entre o casco e a sonda. Àgua não serve, pois cria bolhas e bolsões de ar com o movimento.





5. Pronto. A sua sonda deve estar funcionando. A nossa está operando 100%, tanto na água quanto com o barco no seco (foto). Um pequeno inconveniente é que com esse método a gente perde a temperatura a água, pois a indicação que o equipamento faz é a temperatura do líquido em que está imerso, mas é melhor e menos complicado do que furar o casco.


Essa técnica não funciona bem em barcos de madeira, mas apenas em cascos de fibra, aço e alumínio. No Malagô, onde temos um Garmin 541s, tivemos que instalar a sonda por fora. 

E vamos sondando mesmo!

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Mastro em pé!

Boas!

Esses últimos dias foram de muito trabalho por aqui. Colocar os dezoito metros de mastro do Malagô não foi tarefa das mais simples. Por sorte eu contei com muita ajuda e com os recursos certos. Muita coisa foi feita e o Malagô ficou desmastreado durante cinco longos meses. 

Por primeiro retiramos as partes de madeira que apodreceram em razão da ação do tempo. Fizemos os reparos utilizando freijó, em uma técnica de emendas conhecida por "bacalhau" (a madeira original, Pinho de Riga, é virtualmente impossível de conseguir). Para isso foi preciso retirar todas as ferragens, que também foram revisadas ou substituídas.

Quando os bacalhaus estavam finalmente prontos demos duas demãos de resina epóxy de baixa viscosidade e depois de alguma leve lixada veio o verniz marítimo em quatro geneorosas demãos, aplicadas com pistola.

As ferragens voltaram para o lugar, tendo dado algum trabalho pois eu simplesmente havia me esquecido o local de algumas. Deveria ter fotografado antes de desmontar tudo - e fui avisado sobre isso!

No tope substituí a antiga lâmpada incandescente que acabava com uma bateria de 150A em apenas uma noite por uma luz tricolor de navegação com lâmpadas de LED, que comprei na Velamar. Além disso acrescentei duas luzes de cruzeta, também de LED (tanto a luz de tope quanto as luzes de cruzeta são da marca Optolamp).

Uma alteração que eu fiz foi retirar lá de cima cabos que eu não usava e que apenas serviam para acabar com o verniz a cada ventania. Meu mastro hoje tem apenas a adriça da mestra, o amantilho (que serve como possível back up caso a adriça da mestra fallhe) e a adriça da genoa - todos com moitões novos. Além disso eu aprendi a guardar as adriças afastadas do mastro, pois assim as mesmas não ficam roçando o descascando o verniz. Não quero passar por outra dessas tão cedo, embora saiba que verniz ao sol não é algo que tenda a durar muito.

O mais importante de tudo é que ainda esse mês vamos velejar de Malagô!!!

Agradecimentos especiais para: Celso, Cassio Coimbra, Cassio Souza, Marcelo, Wander, Jerônimo, Sr. Augusto, funcionários do CIR, funcionários Pier 26 e para todo o pessoal que acompanhou mesmo de longe e ofereceu algum tipo de ajuda.

E vamos no pano mesmo!

Galeria:

O último dia no cavalete.

O novo tope.


Detalhe do moitão da adriça na genoa (cabo vermelho) e do novo estaiamento.
A cruz nossa de cada dia.

Rebocado pelo Fratelli até o Pier 26.

Ao chegarmos no Pier 26 a maré estava muito baixa. Por isso o Malagô dormiu lá até a operação de subida, que aconteceu no dia seguinte às 10h30.

Na falta de 1 Öre, o jeito foi ir de  R$ 1,00 mesmo...

Essa poderia ter sido a última foto da minha vida, rs...

A lâmpada "monstro" da antiga luz de tope: uma devoradora de bateria!

Subindo...


Em pé!

Reluzindo ao sol e...


... em casa!




quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Notícias do Front!

Boas!

Eu sei que estou atrasado na sequência de posts sobre navegação. Não se preocupem que iremos concluir nossa jornada, até porque nossa travessia será apenas dia 27/09/15! Temos tempo, rs.

Dessa vez eu gostaria de comentar como foi nosso mês de julho. Em geral nossa escola de vela tem lá uma certa calmaria nos meses mais frios, em especial julho - embora seja uma das melhores épocas do ano para velejar por aqui. Esse ano, porém, a coisa foi bem ao contrário!

Nos primeiros dias do mês fizemos a instrução básica do Júnior e do Francisco, a bordo do Grandpa:

Francisco...

...e Júnior, em uma vida dura que dava dó.

Depois dez alunos e amigos nossos participaram da regata da 5ª etapa do campeonato santista de veleiros de oceano, a bordo do Grandpa, Meltemi, Pelayo e Sabá. 

Cassio, subindo no mastro do Grandpa para salvar uma adriça.
O Grandpa, fazendo regata em dia que era só para barco grande - (c) Barbara Veríssimo

E meu mastro, enfim, ficou pronto.  Passei quase uma semana montando as ferragens e apertando uns quatrocentos parafusos. Ainda bem que inventaram a parafusadeira elétrica!





E o Tio Spinelli, lá em Ubatuba, levou duas alunas nossas- a Laura A. e a Laura M. - para fazer um Explore (nosso curso avançado de uma semana), navegando entre Ubatuba e Angra dos Reis.


Nisso agosto chegou e começamos a trabalhar de novo, dessa vez na instrução básica do Cesár, Sérgio, Vitor e Daniel. Na primeira aula usamos o Delta 36 Fratelli, do Marcelo Damini e na próxima sairemos no Grandpa. A terceira e última do básico será no Meltemi e assim os meninos navegam em três barcos diferentes em tamanho e concepção e têm uma visão mais ampla da vela de oceano.









E vamos no pano mesmo!