terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Estou vivo...

Boas!

Sim, estou vivo e bem. Algumas pessoas têm cobrado o fato de eu não escrito mais no blog. E elas têm razão, ano passado não estive por aqui com a frequência de antes e em dezembro e janeiro fui praticamente apenas silêncio.

Mas não que não tenha acontecido muita coisa, pelo contrário. Mas assim, pelo menos, as pessoas ouvem histórias novas quando vem velejar com a gente, já que muitas vezes eu começava a contar e elas já sabiam do que havia acontecido, pois haviam lido aqui no blog.

Participamos da Regata da Marinha em dezembro, com o Malagô. Pela primeira vez ganhamos, com ele, uma colocação verdadeira: segundo lugar entre seis barcos. Foi um dia atípico, onde o vento ia e voltava. Como o Velho Mala é muito mais pesado que os outros barcos, pesando treze toneladas, sua inércia é maior. Nos períodos de calmaria ele seguia, ainda que a um nó, enquanto o restante da flotilha ficava para trás. Foi bem legal tirar um sarro dos amigos nesse dia de festa!

Nesse mesmo dia, retornando para a Marina no motor, a correia dentada do control quebrou. O motor parou na hora e eu sabia que o prejuízo seria grande.  Mas era dezembro, era um dia de festa e eu não ia me preocupar com isso. Voltamos rebocados, coloquei o barco na vaga e me despedi dele sem muita cerimônia. Tem horas que, devo confessar, ele enche o saco e dá vontade de deixar de ser escravo e fazer outras coisas. Foi o que eu fiz.

Desde que a Alice nasceu, em 2010, esse foi o primeiro natal e ano novo que passamos em Santos. Foi legal, mas eu preferia estar longe do Malagô. Aproveitei para tirar o motor e levar para Ubatuba, de carro, ver o que faria. A vontade de comprar um Yanmar novo é enorme... mas ele custa uns 60 mil reais e nesse momento temos outras prioridades. Além disso em janeiro eu e as meninas iríamos para os EUA, como de fato fomos e eu sabia que a fatura do cartão viria recheada de zeros. E de fato, veio.

Nesse meio tempo fiz um acerto com o Volnys, dono do Jazz 4 (um Velamar 31) e durante alguns meses irei usá-lo para dar aulas aqui em Santos, em substituição ao Malagô - que está sem motor até segunda ordem. O barco está no CIR.

Na ABVC - Associação Brasileira dos Velejadores de Cruzeiro -,minha intenção era me desligar após o fim do meu mandato de VP Santos, que ocupei entre 2015 e 2016 indicado pelo Volnys. Mas o Paulo Fax, novo Presidente, sei lá como, acabou me convencendo a continuar e assim  virei o Diretor de Informática daquela entidade. O novo VP Santos é o Max Gorissen, que já se mostra muito entusiasmado e ativo na função. Bons ventos!

Na primeira semana de janeiro as meninas toparam vir comigo de Ubatuba até Santos no Jazz 4. A condição era que eu fosse resgatar o carro sozinho... Foi então que fizemos umas das mais belas travessias de minha vida. A uma pois o trajeto é mesmo lindo e o fizemos em quatro dias, bem próximos da costa, parando em todas as praias que pudemos. A duas pois pela primeira vez todas as pessoas mais importantes da minha vida estavam a bordo. O relógio já não corria tão desesperado. O barco, mesmo não sendo nosso, era nossa casa.

Pegamos um mar de transparência rara. As meninas nadaram com tartarugas e foram acordadas por golfinhos. Enfrentamos, também, dois temporais de fim de tarde bastante severos (um em Guaecá e outro nas Ilhas), nos quais elas se comportaram bem melhor do que eu. Falarei mais sobre eles em um outro post, que tratará de ancoragens em condições adversas.

Depois fomos para os EUA, onde além de levar as meninas para ver o Mickey aproveitei para conhecer mais profundamente a estrutura de ensino da American Sailing Association - ASA, visitando e estudando em escolas de vela oceânica da Florida. A mala das maninas voltou cheias de muamba. A minha, de livros e ideias.

Esse ano iremos nos dedicar a criar meios para que nossos alunos continuem velejando mesmos sem ter, ainda, seu próprio barco. Iremos, além, começar a difundir o turismo de aventura à vela. Mas essa é outra história.

E voltei também com uma saudade enorme do Malagô... e não vejo a hora de fazê-lo navegar plenamente uma vez mais! Paixão é paixão, não tem jeito. E ele não está à venda.

E vamos no pano mesmo!